Você sabia que existem 11 tipos de cimentos diferentes? Se ainda não os conhece, descubra então a diferença entre cimento: CP1, CP2, CP3, CP4, CP5, RS, BC e CPB.
São 11 os tipos de cimento Portland reconhecidos pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Possuindo características próprias
de composição, cada cimento é recomendado para um determinado uso. Isso porque
a composição pode influenciar diretamente na solidez, impermeabilidade e resistência.
Por que são chamados de Portland?
Utilizados em grande maioria na construção civil, os
cimentos Portland possuem esse nome devido a uma homenagem a uma ilha
britânica. Isso porque Joseph Aspdin, quem patenteou, reconheceu a cor,
durabilidade e solidez desses cimentos, semelhantes às rochas da ilha Portland.
Características e diferença entre cimento: CP1, CP2, CP3,
CP4, CP5, RS, BC e CPB
Aprenda agora um pouco mais de cada um dos tipos e a
diferença entre cimento: CP1, CP2, CP3, CP4, CP5, RS, BC e CPB.
CP I (Cimento Portland Comum)
Também conhecido no mercado brasileiro como CP, esse é o
mais simples dos cimentos. Ele foi o precursor dos outros cimentos, pois
diversas pesquisas e novos produtos surgiram da sua composição. Atualmente,
esse cimento quase não é mais encontrado no nosso mercado. A sua composição
requer apenas clínquer e gesso, sem nenhum outro aditivo. No que se refere a
sua resistência, é de 25 MPa (Mega Pascal, unidade de pressão).
CP I-S (Cimento Portland Comum com Adição)
Muito semelhante ao Cimento Portland Comum, a sua
diferenciação está no acréscimo de material pozolânico em sua mistura. Esse
acréscimo representa até 5% da composição, para possibilitar maior capacidade
de impermeabilização. Quanto a sua resistência, é também de 25 MPa.
CP II-E (Cimento Portland Composto com Escória de Alto Forno)
O Cimento Portland Composto com Escória de Alto Forno possui
esse nome devido ao acréscimo de escória siderúrgica. Essa incorporação de 6% a
34% contribui para que o cimento gere menos calor na reação química com água.
Esse cimento é indicado para estruturas que necessitam de um desprendimento de
calor mais lento, como lançamentos maciços de concreto. Além disso, o CP II-E é
interessante para proteger estruturas que possam ser atacadas por sulfatos do
solo. A sua resistência é de 25, 32 e 40 MPa.
CP II-Z (Cimento Portland Composto com Pozolana)
Sendo o cimento mais popular e utilizado no mercado
brasileiro, o CP II-Z é recomendado para aplicações gerais. A sua constituição
contendo de 6% a 14% de pozolana disponibiliza mais impermeabilidade e
conservação. Por isso, pode ser utilizado em pavimentos de concreto, argamassas
de chapisco, assentamentos e revestimentos, pisos, contrapisos e grautes,
concreto protendido, concreto armado e usinado, estruturas marítimas,
industriais e subterrâneas. Dessa forma, esse cimento pode ser usado tanto para
concretos quanto para argamassas em geral. A sua resistência é de 25, 32 e 40
MPa.
CP II-F (Cimento Portland Composto com Fíler)
Também sendo um dos mais utilizados no país, o CP II-F é formado
por cerca de 6% a 10% de fíler (material carbonático). Tornando-o aplicável em
estruturas de concreto armado, pisos, pavimentos, argamassas de assentamento e
revestimento. A sua resistência pode variar de 25, 32 a 40 MPa.
CP III (Cimento Portland de Alto Forno)
Com cerca de 35% a 70% de escória na sua constituição, faz
com que o cimento possua ótima impermeabilidade, durabilidade, baixo calor de
hidratação, alta resistência a expansão e boa resistência a sulfatos. Por esses
motivos, o CP III é indicado para estruturas de grande porte e agressividade,
como fundações de máquinas, barragens, afluentes, pontes, pavimentação de
estradas e pistas de aeroporto. A sua resistência também pode variar de 25, 32
e 40 MPa.
CP IV (Cimento Portland Pozolânico)
Variando de 15% e 50% de material pozolânico, esse cimento
possui uma grande capacidade de impermeabilização, conservação, resistência a
compressão mecânica e resistência a materiais ácidos, especialmente sulfato.
Devido às suas características, o CP IV é indicado na concretagem de grandes
volumes. Da mesma forma, por também ser pouco poroso, pode ser utilizado em
locais expostos a água corrente. A sua resistência é de 25 e 32 MPa.
CP V-ARI (Cimento Portland de Alta Resistência Inicial)
O CP V-ARI possui reação acelerada, ao ponto que, em poucas
horas, ele consegue atingir resistências elevadas. Atingindo cerca de 26 MPa
logo no primeiro dia, esse cimento continua ganhando resistência até os 28
dias. Possibilitando assim, atingir valores mais elevados que os outros
cimentos, o que proporciona maior rendimento ao concreto. Por isso, ele é
conveniente para obras industriais, preparo de concreto e argamassa para
produção de artefatos de cimento, como lajes, postes, tubos, meio-fio e muitos
outros.
CP-RS (Cimento Portland Resistente a Sulfatos)
O principal diferencial desse tipo de cimento é a sua alta
resistência a sulfatos. Por esse motivo, ele é largamente utilizado em locais
muito expostos a sulfatos, como estações de tratamento, redes de esgoto,
ambientes industriais, regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas. A sua
resistência pode variar de 25, 32 a 40 MPa.
CP-BC (Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação)
Esse cimento abrange uma série de outros cimentos já citados
anteriormente. Isto é, quando designado por siglas e classes de seu tipo, esses
cimentos recebem a nomenclatura BC. Por exemplo: CP III-32 (BC). Os CP-BC é o
Cimento Portland de Alto-Forno, com baixo calor de hidratação, determinado pela
sua composição. Tais características têm como princípio retardar o
desprendimento de calor em peças de grande massa de concreto. Segundo a ABNT
NBR 16697, são cinco tipos básicos de cimento CP-BC: CP I, CP II, CP III, CP IV
e CP V-ARI. Sobre a sua resistência pode variar de 25, 32 a 40 MPa.
CPB (Cimento Portland Branco)
Se diferenciando dos demais, principalmente pela sua
coloração, o CPB se origina da pulverização de um clínquer de CP branco. Em
que, por meio da redução do teor de óxido de ferro desse clínquer, pode-se
produzir cimentos de cores claras. O Portland Branco se divide em dois tipos: o
estrutural, usado para fins arquitetônicos; e o não estrutural, recomendado
para rejunte de cerâmicas. A sua resistência varia de 25, 32 e 40 MPa.
Escolha o cimento certo!
Agora que você conheceu a diferença entre cimento: CP1, CP2,
CP3, CP4, CP5, RS, BC e CPB, esperamos ter te ajudado. Cada cimento, como viu,
possui características que podem favorecer um determinado tipo de estrutura.
Desse modo, quando for escolher um cimento, verifique a sua compatibilidade com
o que pretende realizar. Por tudo isso, faça ótimas escolhas e até a
próxima!"